O que
foi feito de ti?
Eu
sei que perdi. Eu sei que te perdi, acabando por me perder. Talvez deixando-te
ir, não pedindo para ficares, apenas… Soltando a mão e deixar ir aquilo que não
quis ficar.
A
história do se voltar é seu, é uma ilusão. Se for embora, se foi porque quis,
não deve voltar, e se voltar, relembra porque se foi embora. Se foi embora, não
quis saber de ti, apenas foi pensando em si. Pensa em ti também.
O
que foi feito das tuas promessas que irias cumprir, das lembranças do que
vivemos? O que foi feito daquilo que criamos os dois? O que aconteceu depois de
desistires? Perdi-te, e contigo levaste tudo aquilo que significava perfeição
para mim. Foste e levaste as vontades de amar de novo. Foste e deixaste quebra.
Levaste contigo tudo aquilo que atribuía importância a algo, e deixaste-me
aqui. Sozinha, desolada, partida… Eras perfeito em mim… E num momento, perfeição rasgou a minha vida,
como se fosse folha de papel usada, culpa minha, culpa tua, culpa nossa.
Esqueceste-te
do quão importante dizias ser o amor em mim. Esqueceste-te das frases bonitas,
das palavras ditas, das expressões e sorrisos, esqueceste-te de tudo aquilo em
ti que amava tudo aquilo em mim. Ou nem esqueceste, só fizeste-te esquecer. Deixando isso tudo, em meros sorrisos ocasionais de vez por outra.
Eu
sei. Eu sei que é fácil falar, difícil é sentir o que se fala. Eu sei que o que
não dá, não dá e não há volta a dar. Mas tudo o que de mais, farta.
Então,
já fartei. Fartei de falar sobre isso, pensar sobre isso, querer isso, desejar…
Porque desejos, meu bem, são isso, coisas que pensas, falas e queres, mas nem
sempre podes ter. E eu desejava, ter tudo em ti, tentar como dizias que iríamos conseguir, cumprir as promessas, reviver
os momentos, guardar as lembranças. Agora, já não. Já nada importa. Importavas se tivesses ficado ou ter mostrado que querias ficar. E não o fizeste, então, não exijas mais do que aquilo que pegaste e
levaste no momento em que foste embora.
O
que foi feito do nosso "nós"...